A Casa Rejeitada

7 min

The Shunned House looms in moonlight, its boarded windows concealing unspeakable secrets.

Sobre a História: A Casa Rejeitada é um Histórias de Ficção Realista de united-states ambientado no Histórias Contemporâneas. Este conto Histórias Dramáticas explora temas de Histórias de Bem vs. Mal e é adequado para Histórias para Adultos. Oferece Histórias Divertidas perspectivas. Um terror cósmico assustador à espreita na Nova Inglaterra.

Introdução

O nevoeiro se agarrava aos ulmeiros enquanto Eileen Foster pisava nos paralelepípedos rachados da propriedade de sua família, conhecida em sussurros por toda a região como a Casa Rejeitada. Erguida à beira de uma vila outrora próspera, suas tábuas desgastadas e janelas lacradas guardavam décadas de boatos: desaparecimentos, surtos de loucura e uma presença que parecia se agitar sob o assoalho. Os moradores se recusavam a passar por ali depois do anoitecer, negociando fofocas à luz do dia e lançando olhares temerosos aos frontões sombrios. Para Eileen, porém, atraída pela dor da perda e por uma herança em que mal acreditava, a casa representava a única conexão possível com o pai — desaparecido sem deixar vestígios anos atrás. Ao forçar o portão de ferro enferrujado, um vento sussurrou pelas vidraças quebradas, como se a própria casa pronunciasse seu nome. Cada passo no limiar empenado reverberava pelos corredores silenciosos, onde o papel de parede descascado lembrava pele morta e o cheiro de pedra úmida impregnava o ar. Em algum lugar, nas entranhas do solar, Eileen encontraria diários manchados por símbolos enigmáticos, anotações sobre ritos proibidos e rascunhos gelados de um ritual capaz de banir — ou despertar — uma força ancestral. Foi então que ela percebeu: certas portas deveriam permanecer fechadas e alguns males, uma vez invocados, recusam-se a descansar para sempre.

Ecos no Corredor

A lanterna de Eileen rasgava a escuridão enquanto ela explorava o vestíbulo, cuja antiga moldura elegante ameaçava ruir. O feixe de luz revelou um retrato antigo — um homem severo cujo olhar a seguia em cada movimento. Sob a pintura, uma placa gravada: Foster, 1843. Em uma mesa de consolo próxima, repousava um diário encadernado em couro, com lombada rachada e páginas amareladas. A caligrafia miúda narrava dias de insônia, sussurros enlouquecedores e vislumbres fugazes de uma silhueta nos corredores. Página após página, o autor descrevia sonhos em que as paredes gotejavam sombras vivas e algo pulsava sob as tábuas como um coração.

Primeiro plano de um fragmento de obsidiana escura brilhando suavemente
Eileen descobre o fragmento de obsidiana escondido na parede da lareira.

A temperatura despencou à medida que ela avançava pelo corredor comprido. Cada passo despertava um gemido baixo que parecia respirar pelas paredes de gesso. Eileen achou ter visto algo no canto do olho — um brilho de porcelana, o esvoaçar de uma anágua branca em torno de uma porta escura. Ao direcionar a luz, só viu assoalho empenado, mas o aviso do diário ecoou em sua mente: “Ele se alimenta da sua descrença.” Reunindo coragem, seguiu adiante até o salão, onde a lareira se abria como um buraco negro.

Partículas de pó dançavam sobre a abertura, revelando símbolos gravados nos tijolos — uma espiral entrelaçada por triângulos. O padrão correspondia a esboços do diário, ao lado de uma anotação: “Para conter… ou despertar.” Ao tocar a pedra fria, a chama vacilou e a casa pareceu respirar. Atrás dela, um suave arrastar de madeira denunciou uma porta se fechando no fim do corredor. O coração de Eileen trovejou nos ouvidos. Ali, além daquela porta, a hostilidade aguardava.

Ela conteve a respiração e anotou cada detalhe, decidida a catalogar todos os símbolos e inscrições. Com dedos trêmulos, pressionou um dos tijolos da lareira — e um compartimento oculto se abriu. Dentro, havia um pequeno fragmento de obsidiana, liso como óleo e vibrando com energia. Ao levantá-lo, uma pulsação percorreu seu braço e a casa exalou, como se reconhecesse a visitante. Apesar do medo, ela soube: aquele fragmento era a chave para compreender — e enfrentar — o horror que despertara sob aquelas tábuas.

Rituais Sob o Assoalho

Guiada pela tocha, Eileen desceu uma escada estreita oculta atrás de um painel falso na biblioteca. A cada degrau, um gemido soava como o último suspiro de uma criatura moribunda, e o ar tornou-se denso de mofo e decomposição. No final, deu de cara com uma sala cavernosa revestida de pedra, cujas paredes estavam cobertas por runas enigmáticas. No centro do chão, um grande pentagrama entalhado na laje exibia bordas chamuscadas, vestígios de cerimônias repetidas à luz trêmula de velas.

Câmara de ritual antiga situada abaixo da casa, iluminada por velas.
A câmara escondida sob a Casa Abandonada, palco de rituais sombrios.

Um único pedestal sustentava um tomo aberto, encadernado em couro cinza. As páginas traziam instruções em latim e símbolos que serpenteavam pelas margens. Eileen traduziu em voz alta, a fala entrecortada pelo tremor: “Para vincular aquilo que busca passagem, pronuncie o nome em sussurro e derrame o sangue da aurora.” As palavras ressoaram, vibrando na câmara e fazendo as velas em apliques de ferro cintilarem. A luz tremeluzente revelou formas entalhadas no teto — rostos contorcidos, membros ungidos, olhos que a seguiam em cada passo.

Enquanto se preparava para registrar o ritual, um cântico baixo ecoou — inaudível aos ouvidos, mas sentido nos ossos. O fragmento de obsidiana esquentou dentro de sua bolsa, chamando-a para o centro do pentagrama. Reunindo coragem, ela o depositou no coração da estrela. Um tremor rasgou o chão, rachando as juntas de argamassa e levantando nuvens de poeira. As runas nas paredes sangraram um ichor escuro que se acumulou ao redor do fragmento como água negra.

Medo e fascínio se enfrentavam em sua mente. Cada instinto gritava para fugir, mas Eileen não conseguia desviar o olhar. Num só movimento, uma voz invisível sussurrou seu nome: “Eileen…” O fragmento pulsou e uma silhueta se formou no centro do pentagrama — alta, retorcida e viva de malevolência. Ela entendeu que só restava um caminho: completar o ritual de aprisionamento ou ser consumida pela força cósmica que assombrava sua linhagem há gerações.

Confronto com o Indizível

A luz fraca do amanhecer filtrou-se pelas frestas do piso acima, trazendo uma promessa tênue de salvação. Eileen firmou-se, segurando o fragmento de obsidiana, e recitou trechos do diário em voz trêmula: “Nug-soth aroth enk…” A câmara pulsou a cada sílaba, as runas iluminando-se nas paredes de pedra.

Uma luz etérea envolvendo uma criatura sombria, presa a um pentagrama no chão.
Eileen conclui o ritual de vínculo, aprisionando a entidade cósmica.

Acima, as madeiras rangeram como se um peso tremendo se deslocasse. A sombra no centro ganhou forma — membros alongados, olhos inflamados por um apetite além do humano. Sua respiração ecoou como trovão. O coração de Eileen palpitou enquanto ela forçava as últimas palavras a sair pelos lábios ressecados. O fragmento escapou de sua mão e pairou sobre o pentagrama, girando em velocidade alucinante. Correntes de energia violeta rodopiavam pela sala.

Com um rugido que estremeceu sua alma, a criatura avançou, mas recuou sob uma dor corrosiva. O feixe de luz do fragmento prendeu-a, encaixotando-a na prisão rúnica. As paredes tremeram, argamassa desabou, mas a barreira resistiu, crepitando ao redor da silhueta.

Exausta, Eileen observou a entidade urrar — um som além da compreensão humana — antes de implode no vazio. O silêncio reinou. Embora vitoriosa, o fragmento jazia estilhaçado e enfraquecido, sua potência esgotada. Ao subir a escada rumo à claridade, o peso da herança pousou sobre seus ombros. A Casa Rejeitada soltara seu jugo por ora, mas ela sabia: alguns males são pacientes, aguardando a próxima alma corajosa — ou tola — o bastante para despertá-los.

Conclusão

Eileen irrompeu na névoa matinal, o velho solar erguendo-se atrás dela como se nada houvesse sido perturbado. Em sua mão, o fragmento de obsidiana quebrado parecia frio e inerte — lembrança das horas de terror. Embora tivesse aprisionado a presença maléfica, compreendeu que a verdadeira segurança exigiria vigilância contínua. Os diários que carregava guardavam fragmentos de rituais inacabados e avisos de antepassados que sacrificaram a sanidade para proteger gerações vindouras. Ao trancar o portão de ferro, uma última sombra tremeu na janela do salão — um eco do que ainda se agita sob aquelas tábuas. Eileen entendeu: a Casa Rejeitada perduraria, sua fome latente e implacável. Resolveu guardar seus segredos, documentando cada detalhe para que ninguém mais ousasse despertar os indizíveis sob o assoalho. No silêncio que seguiu, percebeu que sua própria história agora fazia parte da lenda do lugar — um testemunho da tênue fronteira entre nosso mundo e as trevas além. E, enquanto a aurora rompia no horizonte, ela soube: seu vigília contra o mal antigo que ousara despertar estava apenas começando.

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