O Bigode do Leão: Uma História de Coragem e Cura

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At sunrise the stepmother pauses before her daring quest, the rugged Ethiopian highlands shrouded in mist

Sobre a História: O Bigode do Leão: Uma História de Coragem e Cura é um Histórias de contos populares de ethiopia ambientado no Histórias Antigas. Este conto Histórias Descritivas explora temas de Histórias de Perseverança e é adequado para Histórias para Todas as Idades. Oferece Histórias Culturais perspectivas. Uma corajosa madrasta aventura-se nas regiões montanhosas para arrancar um bigode de leão e curar o coração partido de seu enteado.

Introdução

Na fresca luz tênue do amanhecer, os altos planaltos da Etiópia descansavam envoltos em névoa e sombras, onde antigas escadarias de pedra subiam rumo ao céu distante. Foi ali que Saba, uma mulher gentil e de determinação silenciosa, despertava todas as manhãs sob um teto de colmo de juncos, ouvindo o suave balido das cabras e o baixo ribombar de trovões ao longe, do outro lado dos penhascos. Ela tornara-se guardiã do jovem Dawit depois do falecimento de sua mãe e, embora lhe oferecesse toda a ternura — um lar aquecido, histórias contadas à luz do fogo e fragrantes taças de vinho de mel e especiarias — seu riso nunca mais retornara. Em lugar da vivacidade de um menino, instalara-se em seu coração um frio luto, e a cada novo dia seu silêncio se tornava mais absoluto. Curandeiros locais sussurravam sobre remédios — raízes secas e emplastros adoçados — mas nenhum conseguia romper o véu de tristeza que o consumia. Quando Saba ouviu falar da lenda de um único bigode de leão, tão raro quanto jaspe de montanha e capaz de trazer de volta a vida, sentiu a faísca de uma esperança acender dentro de si. Decidiu então vencer todo medo de presas e garras, aventurar-se além dos campos cultivados e reunir coragem na borda agreste da selva, onde o rei dos animais rondava entre relva dourada e ravinas sombreadas. Ao encher seu cantil de couro e amarrar sua simples sacola, o sopro da promessa e do perigo enroscou-se em seu peito por igual, pois ela sabia que algumas jornadas exigem devoção inabalável para que um coração partido possa, enfim, voltar a se fazer inteiro.

A Triste Solidão do Filho

Saba chegara à pequena aldeia agrícola de Amaje logo após a época de plantio, trazendo manteiga doce e injera recém-assada, como convém a uma nova mãe de criação. Em poucos dias, passou a nutrir carinho por Dawit, que observava cada gesto seu com olhos cautelosos, sem pronunciar coisa além de um leve suspiro. Na noite do festival do solstício, quando os tambores ecoavam pelos campos de inhame e a fumaça das lanternas se enrolava no céu aveludado, o menino permaneceu à porta da celebração e deixou que lágrimas silenciosas rolassem por suas faces. Saba ofereceu-lhe seu xale e cantarolou uma canção de ninar, mas a dor dele só se aprofundou, como se a luz da festa lhe recordasse a alegria perdida. No silêncio que se seguiu, vieram os anciãos, apoiados em cajados entalhados com símbolos ancestrais, e sussurraram sobre um remédio que soava mais a mito do que a medicina: o bigode de um leão, dito capaz de ancorar uma alma à deriva. Contaram sobre uma caverna oculta no alto do desfiladeiro, onde vivia um leão macho solitário, de juba ao mesmo tempo gloriosa e terrível. Nenhum aldeão ousara aproximar-se daquela gruta há muitas estações, mas dizia-se que o bigode que ele perdia a cada lua nova guardava o calor do sol e o pulso ancestral da terra. Quando Saba ouviu isso com seus próprios ouvidos, seu coração inflamou-se de determinação feroz. Ela encontraria aquele bigode e o traria para casa, não como troféu, mas como corda de salvação para o espírito ferido do menino. Mesmo quando os vizinhos suplicaram para que não se aventurasse em território de leões, ela respondeu apenas com um sorriso sereno e palavras de promessa sussurradas ao lar vazio: "Vou devolver-lhe o riso."

Uma mãe etíope ajoelha ao lado de um menino silencioso sob o brilho das lanternas do festival.
Sob as luzes do festival, a tristeza do menino contrapunha-se de forma marcante às lanternas dançantes e aos tambores jubilantes.

Jornada pelos Planaltos

Uma mulher solitária escala uma encosta rochosa na Etiópia, enquanto a névoa paira ao redor de antigas árvores de zimbro.
Saba atravessa cristas desoladas, guiada por sussurros de promessas de uma alcateia de leões à frente.

O Presente do Rei

Dentro de uma caverna escura, um leão bebe leite adoçado e temperado, oferecido por uma mulher humilde.
Saba homenageia o leão oferecendo-lhe leite antes de cuidadosamente arrancar o misterioso bigode.

Conclusão

Com o bigode do leão acomodado na palma da mão, Saba desceu os montes ao entardecer, enquanto o céu se pintava de fitas em ocre e violeta. A cada passo, carregava consigo a bênção da selva, e quando chegou a Amaje, as velas noturnas já tremulavam nas casas de tijolos de barro. Dawit, pálido e silencioso desde que sua infância lhe escapara, ergueu o olhar de sua cama quando ela sussurrou seu nome. Com cuidado, ela depositou o bigode numa panela de chá adoçado com mel, que fervia em fogo brando, enquanto recitava as palavras do curandeiro: que a compaixão, oferecida com real intenção, pode tecer um novo fio de vida num espírito quebrantado. Quando uma única gota da infusão tocou seus lábios, uma onda de calor floresceu em seu peito — um suave brilho que afastou o frio remanescente do luto. Aos poucos, seus olhos se iluminaram, e ao romper da aurora, os habitantes ouviram um risinho alegre ecoar pelo pátio. Saba apertou Dawit junto a si, lágrimas de alívio enchendo seus próprios olhos, enquanto a promessa de uma nova estação florescia em seus corações. Na luz daquele amanhecer, mãe e filho permaneceram juntos sob o sol nascente, sabendo que coragem, amor e o presente de um leão haviam transformado a dor em esperança.

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