Sequestrado pelas Sombras

8 min

Illustration of a young man gazing over misty highland slopes at first light

Sobre a História: Sequestrado pelas Sombras é um Histórias de Ficção Histórica de united-kingdom ambientado no Contos do Século XVIII. Este conto Histórias Descritivas explora temas de Histórias de Formação e é adequado para Histórias Jovens. Oferece Histórias Históricas perspectivas. A aventura perigosa de um jovem pelos nebulosos colos da Escócia.

Introduction

A névoa do amanhecer envolve as colinas onduladas e os carvalhos centenários, cobrindo as silentes vales das Terras Altas da Escócia com um véu fantasmagórico enquanto o jovem David Cameron avança penosamente pela trilha estreita. Sua respiração forma nuvens prateadas, cada passo ecoando entre as rochas salientes e a urze rala, criando um ritmo entre seus batimentos e a luz que desponta. Ele segue rumo ao sul, em direção a Edimburgo, em busca de fortuna após uma infância órfã na fazenda de ovelhas do tio, com cartas de recomendação guardadas no bolso do casaco e uma esperança cautelosa batendo no peito. O ar das Terras Altas exala resina de pinho e o sal do mar longínquo, como se as montanhas o chamassem para um destino que ele ainda não consegue enxergar. Sob os pinheiros, raízes retorcidas se enrolam como testemunhas silenciosas, lembrando-o de segredos enterrados e sussurros familiares: o livro contábil sumido de seu tio, cavaleiros estranhos vislumbrados através do nevoeiro. Cada sussurro do mato acelera seu pulso, e o grasnar distante de um corvo soa como um alerta. Ainda assim, ele prossegue, impelido pela ambição e pela juventude inquieta, sem saber que seus passos logo cruzarão o caminho de conspiradores que o capturarão sob a velha ponte de pedra, mergulhando sua vida na escuridão — e obrigando-o a reunir a coragem que ele nunca imaginou possuir.

The Midnight Raid

Sob o pálido brilho de uma lua nova, David parou à beira da antiga ponte de pedra, onde a água sussurrava contra os pilares cobertos de musgo. Seu coração martelava em seus ouvidos — um eco do balido distante das ovelhas na fazenda do tio Alistair. Ele conferiu a carta no bolso do casaco, cujas dobras estavam gastas pela longa viagem. O livro contábil a que se referia havia sido passado pelas gerações dos Cameron e lhe prometia um cargo de escriturário em Edimburgo, uma oportunidade de tirar sua família do anonimato. O ar tinha cheiro de terra úmida e resina de pinho, mas ele podia degustar algo mais: tensão, como uma corda de arco esticada. Quando o casco do primeiro cavalo soou, seco e deliberado, ele estremeceu. Duas figuras surgiram das sombras, envoltas em mantos e silenciosas, bloqueando seu caminho como caçadores à espreita da presa.

O primeiro homem falou em voz baixa, com um tom contido. "Venha conosco, rapaz, e não sofrerá mal algum." O estômago de David se contorceu; a razão mandava fugir, mas anos de cautela o mantiveram imóvel. Num movimento rápido, uma mão enluvada tampou-lhe a boca. O mundo mudou de lado, a luz da lanterna centelhou forte antes de se apagar na escuridão gélida.

 Cavaleiros sombrios raptando um jovem sob a luz da lua
Um sequestro clandestino sob o dossel de uma floresta iluminada pela lua

Carregaram-no por trilhas sinuosas, longe da segurança das estradas e das fazendas. Cada solavanco sacudia seus ombros, e cada estremecimento incendiava-lhe o medo. Ele lutava para recuperar o fôlego, os ouvidos atentos a qualquer pista. A cada respiração, vinham sussurros de quedas d’água distantes e de chamados de coruja. Enquanto avançavam para o interior da floresta, o aroma de agulhas de pinheiro se intensificava, misturando-se ao suor de cavalo e à lã úmida.

Seus captores permaneciam silenciosos, comunicando-se com gestos breves que denunciavam urgência. No silêncio entre os galhos, David recordou as aulas de diplomacia: voz firme, coração tranquilo. Ele pigarreou, esforçando-se para falar além do medo. "Por que me levam? Não sou ameaça."

O homem mais alto retirou a mão, inclinando-se o bastante para que David visse os olhos azuis e penetrantes brilhando na penumbra. "Seus papéis interessam a homens poderosos, garoto. Uma dívida familiar pendente e um livro contábil desaparecido. Você é a chave." Um calafrio percorreu a espinha de David. Memórias do rosto preocupado do tio Alistair e das conversas em sussurros à luz de velas inundaram sua mente. Ele engoliu em seco. "Deixem-me ir, e eu o encontrarei para vocês, sem cobrar nada."

O homem sorriu, mas sem aquecer o olhar. "Esse é o preço que você pagará — junte seu destino ao nosso ou desapareça nesta floresta." E, com isso, montaram de novo. A floresta os engoliu por inteiro, e a noite levou o pedido abafado de David para suas sombras infinitas.

Chains and Confessions

Quando David despertou, o mundo parecia inclinar-se. Ele estava deitado sobre tábuas ásperas dentro de uma carroça de laterais baixas, com correntes de ferro enroladas em pulsos e tornozelos. A palha fina sob ele estava fria e úmida. Através das frestas entre as tábuas, colinas salpicadas de neve passavam em tons cinzentos e melancólicos. Sua cabeça latejava a cada solavanco. Ao seu lado, duas figuras encapuzadas sussurravam em gaélico. Embora os rostos estivessem ocultos, o sotaque era inconfundível — highlanders, mas não do clã de seu tio. O pânico subiu. Ele sussurrou: "Para onde estamos indo?"

Um dos guardas parou, abaixando o capuz o suficiente para revelar barba escura e olhos cautelosos. "Para Stirling Hold", disse, voz baixa. "Sua utilidade logo ficará clara."

Jovem em correntes conversando com uma nobre na câmara escura de um castelo
David confronta um aliado misterioso em uma fria cela de pedra.

Stirling Hold ergueu-se ao amanhecer como uma fortaleza esculpida na sombra. Altas ameias de pedra contra o céu de ardósia, torres com torreões coroadas de geada. Eles empurraram David para uma sala sombria iluminada por lanternas vacilantes. Barras de ferro selavam a porta. Lá fora, soldados passavam em marcha, a respiração saindo como fumaça. Nenhuma palavra chegou por horas; David andava de um lado a outro no chão apertado, a mente correndo por cada detalhe que lembrava do passado de seu tio — dívidas, empréstimos, rumores de simpatias jacobitas.

De repente, a porta rangeu ao ser aberta e uma mulher austera, vestida com uma capa de viagem, entrou. Num movimento fluido, ela baixou o capuz — e David reconheceu Lady Islay, uma prima distante, dita intermediária entre os clãs. O olhar dela perfurou-o. "David, você precisa ouvir", disse ela, voz urgente. "O livro contábil do seu tio guarda mais do que lançamentos. Nomes ligados a uma causa em ascensão. Homens influentes matarão por ele."

Com lágrimas de frustração queimando-lhe os olhos, David ouviu a mulher continuar. "Você é uma peça num jogo muito maior. O livro contábil desapareceu, e ninguém acredita na sua inocência. Mas eu acredito. Ajude-me a encontrá-lo e talvez você seja libertado."

Ela pressionou um papel dobrado na mão delicada dele — o mapa da fazenda de seu tio, com uma marca oculta. O coração de David se encheu de esperança e receio. Ele pesou cada risco: trair a confiança da família em busca de um resgate, ou permanecer acorrentado até que o livro voltasse a aparecer. A luz da lanterna vacilou enquanto ele engolia em seco e assentia. O dado estava lançado — ele participaria, mas apenas tempo suficiente para escapar.

Escape at Dawn

No silêncio que antecede o alvorecer, David permaneceu acordado no chão da cela, mapa firme em sua mão. O plano de Lady Islay ecoava em sua mente: distraí-los no portão leste enquanto ela saía para recuperar o livro contábil. Se ele conseguisse ensaiar sua própria fuga, talvez ambos escapassem antes que a fortaleza despertasse. Ele examinou as algemas nos pulsos — elos de ferro simples que nunca brilhavam tão apertados quanto os de um prisioneiro de verdade.

Um momento depois, a porta rangeu ao se abrir e dois sentinelas entraram. O pulso de David acelerou. Ele observou as botas riscando a palha ao se aproximarem. Fez-se de morto até que um dos guardas lhe tocou o ombro. David saltou, agarrando o mais corpulento dos dois e usando seu próprio impulso para lançá-lo contra a parede. O segundo guarda avançou — mas David se virou, usando o tubo do mapa como porrete improvisado. Um só golpe o atordoou, fazendo-o parar no meio de uma pilha de suportes de armas. David agarrou uma tocha já consumida e avançou pelo corredor.

A luz da lanterna expandia-se pelos pisos de pedra cinza, escorregadios pelo orvalho matinal. Ele avançou com rapidez, seguindo a rota de Lady Islay, ofegando a cada passo distante. No muro leste, encontrou a estreita porta de postigos, fechada por barras, mas não trancada. Agulhas de costura usadas uma vez por sua tia trabalharam milagrosamente na simples tranca. O clique suave soou como uma sinfonia. Ele passou por ali, encontrando Lady Islay sob um arco.

Ela apertava o livro contábil encadernado em couro contra o peito, o rosto pálido de triunfo. "Bem feito", ela sussurrou, oferecendo-lhe uma capa. Ele a colocou nos ombros, pressionando o livro contra o coração.

duas figuras fugindo por um túnel de floresta ao amanhecer
David e seu aliado escorregam por um antigo túnel de contrabandista enquanto os sinos de alarme soam.

Eles deslizaram morro abaixo, além das muralhas, cercas de madeira chicoteando suas capas. Na linha das árvores, tambores distantes ecoavam — soldados se reunindo para soar o alarme. David sentiu a euforia e o medo rodopiarem como nuvens de tempestade. Lady Islay apontou para o sul. "O antigo túnel de contrabandistas nos levará até a margem do rio."

Galhos açoitaram seu rosto enquanto mergulhavam na floresta, com o coração pulsando em sincronia com os cascos que os perseguiam. A água escura do riacho reluzia sob o amanhecer, atraindo-os para a liberdade. Ao atravessarem um tronco tombado, David parou, baixando a voz. "Por que me ajudar? Por que arriscar tudo?"

Ela pousou uma mão firme em seu braço. "Porque sua coragem me deu esperança. Porque os clãs precisam se unir, e porque você carrega a única prova que pode nos salvar." O tremor das palavras dela ecoou enquanto desapareciam na floresta vestida de névoa, em busca da liberdade ao amanhecer.

Conclusion

Sob o fraco nascer do sol sobre o rio Forth, David e Lady Islay pararam em um cais desgastado, com o resistente livro contábil finalmente em segurança. Comerciantes e pescadores reuniam-se à beira d’água, suas conversas pairando sobre suaves ondulações. David observava os mastros dos navios balançando no porto, um símbolo de possibilidades que ele antes só ousara sonhar. Ele percorreu com o dedo os nomes nas páginas gastas — amigos de família, aliados relutantes, um futuro ainda por escrever.

Voltou-se para Lady Islay, com gratidão e determinação brilhando em seus olhos. "Este livro trará paz entre os clãs e limpará o nome de meu tio", disse ele. "Eu lhe devo tudo."

Ela sorriu, o vento espalhando seus cabelos castanhos-avermelhados sobre o rosto. "Devemos um ao outro novos começos." A risada deles misturou-se ao grito das gaivotas e, ao avistarem as torres da cidade, David sentiu o peso de suas correntes se desfazer para sempre. O garoto que perambulava por colinas enevoadas se fora; em seu lugar, erguia-se um jovem forjado pelas provações, pronto para traçar seu próprio destino.

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