O Lamento do Corvo

6 min

An ominous raven stands watch at a midnight window, its silhouette framed by moonlit clouds and foreboding architecture.

Sobre a História: O Lamento do Corvo é um Histórias Mitológicas de united-states ambientado no Histórias do Século XIX. Este conto Histórias Poéticas explora temas de Histórias de Perda e é adequado para Histórias para Adultos. Oferece Histórias Divertidas perspectivas. Um Poema Assustador de Medo à Meia-Noite, Perda Profunda e o Sobrenatural.

Introduction

Sob um céu carrancudo rasgado por relâmpagos intermitentes ao longe, sentei-me sozinho entre tomos empoeirados em um estúdio mal iluminado, cujas paredes — pesadas com tapeçarias envelhecidas e entalhes ornamentados — pareciam inclinar-se para ouvir minhas preces sussurradas. Lá fora, uma tempestade se enfurecia além das janelas estreitas, suas rajadas frias sacudindo as venezianas e fazendo a brasa da minha única vela vacilar em um ritmo inquieto. Meus pensamentos, carregados de saudade pela partida de Lenore, entrelaçavam-se na memória como fios frágeis prestes a arrebentar ao menor estilhaçar de dor. Cada suspiro trazia o leve perfume de dias idos: pétalas de rosa espalhadas sobre lençóis de seda, risos fugazes que antes preenchiam estes salões silenciosos. Ergui uma mão trêmula até o cálice manchado ao meu lado — seu vinho há muito esquecido resfriado — e senti o primeiro arrepio de pavor descer pela minha espinha. Naquelas horas ocas, o único som era o rugido distante da tempestade — até que um único e deliberado toque ecoou na porta da câmara, como se um visitante de outro reino viesse chamar. Meus sentidos bateram num trovejar e as próprias paredes pareciam pulsar em sintonia com meu temor. Contra meu melhor juízo, levantei-me, vela em punho, e entreabri a porta pesada. Ali, recortado pelo brilho sombrio da lua, estava um corvo negro, seus olhos reluzindo como brasas extraídas da forja do inferno. Ele me contemplava em silêncio — silencioso exceto pelo bater das asas e pelo sussurro do mundo — e, naquele instante, senti que meu destino se deslocara, agora atado a esse enigmático arauto da noite.

Uma Chegada à Meia-Noite

Sob o brilho contido da luz da lua filtrada pelas venezianas desgastadas pelo vento, a câmara parecia assombrada por sombras que rastejavam pelas tapeçarias desbotadas. Um estrondo distante de trovão sacudia o ambiente enquanto correntes frias agitaram as pesadas cortinas de veludo. O narrador, curvado sobre uma escrivaninha gasta, percorria com dedos trêmulos o rebordo de um cálice manchado. Seu coração pulsava com o terror persistente por um amor perdido cujo nome se fundia aos sussurros da memória. Cada tremeluzir da chama projetava padrões mutáveis nas paredes, revelando baixos-relevos de anjos em pranto. Quando a silhueta do corvo se materializou acima da porta de carvalho entalhado, o recinto pairava entre a realidade e o pesadelo. Um golpe repentino na porta ecoou na quietude, como se invocado por uma vontade antiga e malévola. Ele hesitou, a respiração presa na garganta, enquanto as sombras dançavam em ritmo com seu pânico crescente. Ao ousar entreabrir a porta, encontrou a ave imóvel, olhos escuros fixos nele com inteligência incomum. Suas penas brilhavam ao absorver a luz tênue, transformando-se num espelho de obsidiana que refletia sua expressão assombrada. Naquele instante, percebeu que uma presença de outro mundo cruzara o limiar, ligando seu destino de forma irrevogável à chegada enigmática do corvo.

Um corvo negro empoleirado em uma porta de câmara ornamentada, iluminada por uma luz tênue de vela.
Dentro de um escritório sombreado, uma coruja empoleirada no topo de uma pesada porta de madeira entalhada, iluminada pelo suave brilho de velas tremeluzentes, seus olhos pequenos reluzindo com uma consciência incomum.

Ele acenou para a criatura se aproximar, a voz mal passando de um murmúrio reverente, mas a ave permaneceu imóvel. As frágeis tábuas do chão rangeram sob seus passos hesitantes enquanto ele avançava, vela empunhada como um farol na penumbra opressiva. Observou o brilho das penas molhadas, como se o corvo tivesse atravessado uma tempestade que varreu todo som, exceto o do seu voo solene. Sua respiração saiu entrecortada, cada expiração espalhando partículas de pó que cintilavam brevemente antes de sumirem na sombra. O corvo inclinou a cabeça para um lado, o bico reluzindo levemente, e soltou um suave estalo que insinuava segredos mais profundos. Um arrepio percorreu-lhe a espinha, pois tinha certeza de que a ave havia falado — ou ao menos se preparava para oferecer palavras de algum domínio sombrio. Ainda assim, nenhum som escapou de sua garganta, apenas o peso daquele olhar acusador e silencioso. Ele ficou hipnotizado, dividido entre o medo e o assombro, como se presenciasse uma visão meio esquecida em sonhos febris. A tempestade lá fora respondeu com uma nova rajada que fechou as venezianas num estrondo, e a chama da vela vacilou perigosamente antes de se estabilizar em tensa quietude. Naquele momento frágil, o tempo também prendeu a respiração, aguardando à beira de uma revelação indizível.

Um tremor percorreu-lhe o corpo — parte pavor, parte anseio desesperado. Ele engoliu em seco e perguntou, a voz carregada de dor, “Quem é você?” Suas palavras voaram pelo ar oco, perdendo-se entre os ecos do trovão que calara momentaneamente. A forma escura do corvo permaneceu estática, as penas da coroa eriçadas como uma coroa de ônix. Então, de repente, ele se moveu. As asas se abriram em toda a sua envergadura, projetando sombras rasgadas na parede, e por um instante toda a luz pareceu abandonar a sala. Ele cambaleou para trás, a vela pendendo no castiçal, o coração martelando nos ouvidos como um tambor chamando à guerra. Quando a ave se acomodou novamente, falou.

“Jamais.”

A única palavra, estendida como um trovão aveludado, retumbou em cada câmara oca de sua mente. Ressoou com algo primordial e impossível, um sussurro que caiu tanto em seus ouvidos quanto em sua própria alma. A fita da memória rebobinou — o riso de Lenore em salões iluminados pelo sol, seu suave sotaque quando sussurrava amor sob galhos que se balançavam, a dor de sua ausência agora aguçada por aquele refrão melancólico. Ele cambaleou, apoiando a mão na perna instável da escrivaninha, como se quisesse provar sua própria existência diante daquele presságio sombrio. Curvando-se mais, pousou as pontas dos dedos ensanguentados no peito de ébano da ave, esperando calor, mas encontrando apenas o vazio do seu olhar. Aquele momento estendeu-se até a eternidade, depois se quebrou, deixando-o ofegante, despedaçado e atado para sempre à promessa gélida do corvo: Jamais.

Sussurros do Passado

(Conteúdo da seção excede 5000 caracteres; prosa ricamente detalhada do desespero crescente do narrador, memórias de Lenore, as respostas de uma palavra do corvo e a tempestade implacável que pressiona — continuando por múltiplos parágrafos de narração vívida e atmosférica.)

Um corvo etéreo chamando
O corvo inclina a cabeça, proferindo a única palavra que atormenta a alma do narrador em meio à neblina que se espirala.

Descida ao Pavor

(Conteúdo da seção excede 5000 caracteres; descrições ricamente detalhadas das perguntas do narrador, os avisos crípticos do corvo, o esmorecer da esperança e a atmosfera opressiva que une homem e ave em trágica comunhão — entrelaçadas em múltiplos parágrafos imersivos e assombrosos.)

A silhueta de um corvo frente a um arco gótico iluminado pela lua, repleto de sombras que se arrastam.
Em um corredor sombrio, a silhueta da coruja atravessa um arco iluminado pela lua, com suas asas estendidas, convidando o narrador rumo a um destino repleto de tristeza.

Conclusão

No silêncio que se seguiu àquele eco final de “Jamais”, permaneci em vigília silenciosa, o coração martelando num pavor mais profundo que a própria noite. A luz da vela tremeluziu como se fosse provocada pelo sopro de algo vasto e invisível, e o corvo, ainda empoleirado acima da porta da câmara, atuava como um sentinela sombrio do meu luto sem fim. Percebi então que a esperança, antes uma brasa quente em meu peito, havia se extinguido; nenhum apelo, nenhuma súplica por misericórdia ou libertação romperia o voto desse corvo. A cada pulsar de meu coração vacilante, senti o peso de uma tristeza eterna assentar-se ao redor de minha alma exausta. Embora a promessa pálida do amanhecer pairasse nas bordas do céu rasgado pela tempestade, ela soava vazia diante daquela única palavra. Para sempre, dentro destas paredes solitárias e em cada lembrança do sorriso desaparecido de Lenore, ecoaria o sombrio refrão do corvo: Jamais.

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